2013 - 16
Instalação:
31 despertadores mecânicos, prateleiras, vitrine, relógio de ponto de vigia noturno, quadro de referência com bobinas de papel, 3 painéis em vinil adesivo, livros, caderno de notas do artista, projeção com filme em loop (dimensões variáveis)
Fotografia:
Impressão em jato de tinta sobre papel fotográfico (80 x 53 cm)
Série fotográfica:
Série com 9 impressões em jato de tinta sobre papel fotográfico (43 x 30 cm cada)
A fim de autodiagnosticar-me portador de um distúrbio de sono desconhecido, consistindo na impossibilidade de acordar na hora estipulada, realizei uma experiência caseira: dormir durante um mês amarrado a um antigo relógio de ponto portátil — usado no século XIX para assegurar que os vigias noturnos realizavam suas rondas em fábricas e galpões — para manter um registro de minha atividade inconsciente.
A cada vez que sentisse estar acordando, acionaria o mecanismo do dispositivo de controle, imprimindo em uma bobina de papel em seu interior a hora exata de meu despertar. Ao comparar a discrepância entre a hora estiuplada do despertador e a hora marcada na bobina, pude determinar de maneira estritamente mecânica quanto tempo levo realmente para me despertar a cada manhã.
Com mais de 30 despertadores em funcionamento, a instalação apresenta o método e os resultados desse “estudo de caso” em primeira pessoa. Um longo ensaio homônimo, conjugando a ciência dos sonhos de Freud, as estruturas de dominação do capitalismo industrial e o amor louco dos surrealistas, completa a obra — mescla de investigação teórica e prática artística.